17 de set. de 2011

Três linhas sérias

Se-ri-e-da-de.
A própria palavra é séria, não há saída - ela se determina. 
Seriedade já é demasia. 

8 de set. de 2011

Eu perdi o poema.
Era verde fresco (início de tarde em mato), quando me dei conta de que perdi o poema que melhor me retratava - ou, pelo menos, eu acreditei retratar. Não sei se a condição foi propícia para meu estalo mental, afinal, a frescura do ar nada tem interferido na minha mente, senão a esvaziado. Porém, o fato foi de que a percepção da falta do meu poema serviu de impulso para eu rever o que eu mesma considerei bonito e fundamental para mim.
Em meio de autocríticas tão rígidas, reconheci no poema uma coisa tão íntima e sincera, e nem hesitei ao declarar gostar do que expressei e como o fiz - atitude arriscada e rara.
Agora me parece fácil e falso eu dizer que o poema era bonito, uma vez que ele não mais existe. Será que eu acredito agora que ele era mesmo bom? Agora, faz diferença ele ter me descrito em tamanha perfeição? Agora, sem mais poema, logo o meu poema...
O verde já foi engolido pelo preto abafado (noite sem lua - ao meu alcance), e o poema já está além do distante. A bafo negro de nada interfere no meu sentimento, senão no sentido, quente.
Eu perdi o poema.

E eu?